Pesquisadoras do LABinCC publicaram artigo na RDBCI (Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação) sobre práticas de Ciência Aberta (CA) durante a pandemia de Covid-19. A pesquisa, publicada em agosto, mostra que o acesso universal ao conhecimento científico foi uma preocupação da comunidade de ciência aberta durante a pandemia.
O artigo “Pandemia trouxe mais oportunidades para inclusão na ciência” está disponível em português, em inglês e em áudio e traz ainda destaque para os debates de Equidade, Diversidade e Inclusão (EDI).
A hipótese que balizou o trabalho era sobre se o discurso de ciência aberta era mais um debate interno à comunidade científica — com uma circulação entre pares — ou se há intenções de que esse conhecimento ultrapasse os muros da academia.
Os resultados indicam que 70% dos documentos incluíram discussões sobre acesso público e universal ao conhecimento, enquanto 36,6% mencionaram valores de EDI. Dos documentos analisados, 23% não mencionaram nenhuma dessas duas categorias e 77% apresentaram ao menos uma delas.
A pesquisa analisou 30 documentos, entre artigos científicos, notícias na imprensa, posts de blogs e materiais institucionais publicados em português, obtidos por meio de busca por palavras-chave no SciELO, Google e em sites de outras instituições, como nas bibliotecas da Câmara e do Senado.
Um vídeo também foi publicado, sintetizando e comentando os resultados do estudo.
Rápida produção de respostas
Destaca-se ainda que o uso da ciência aberta foi associado à rápida produção de respostas para a pandemia, levantando questões sobre a continuidade das práticas abertas em períodos em que essa urgência não esteja presente.
Quanto ao debate sobre EDI, embora mais incipiente, a pandemia apresenta oportunidades de coprodução do conhecimento e práticas mais inclusivas, com experiências de debates públicos em tempo real da construção de evidências.
Assinam o artigo Monique Batista de Oliveira, Germana Fernandes Barata, Mariana Hafiz — pesquisadoras do LABinCC/Labjor na Unicamp — além de Melanie Benson Marshall e Stephen Pinfield, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.
A publicação integra resultados parciais de um estudo amplo sobre como o discurso de ciência aberta circulou na pandemia realizado no âmbito do projeto internacional VOICES (The Value of Openness, Inclusion, Communication, and Engagement for Science in a Post-Pandemic World).